Com Galípolo, Banco Central eleva juros e aumenta em R$ 150 bi a dívida pública, afetando famílias brasileiras
Na contramão das necessidades do povo e do crescimento econômico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a aumentar a taxa básica de juros da economia nacional, a decisão, tomada na quarta-feira, dia 18 de junho, elevou a Selic para 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Essa já é a sétima alta consecutiva e a quarta sob o comando do economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula para chefiar a instituição.
Com as sucessivas altas, o Banco Central empurra o Brasil para um cenário de retração econômica, desestimula investimentos e dificulta ainda mais a vida das famílias brasileiras, que já enfrentam juros médios superiores a 56% ao ano em linhas de crédito para pessoa física. Além disso, a dívida pública pode crescer R$ 150 bilhões em apenas um ano, e o gasto do país com pagamento de juros deve ultrapassar a marca de R$ 1 trilhão nos próximos meses.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região, Wanderley Ramazzini, a postura de Galípolo é inaceitável.
“O Banco Central, sob Galípolo, tornou-se cúmplice do sistema financeiro e traidor do povo brasileiro. Como pode um presidente indicado por um governo popular repetir a política monetária de Campos Neto e Bolsonaro? Para quem ele trabalha? Para os banqueiros ou para a população que luta por emprego e comida na mesa? Isso é uma traição aos interesses nacionais”, pontuou.
O aumento dos juros compromete a geração de empregos e impede que a economia avance. Segundo o economista do Dieese, Gustavo Cavarzan, os efeitos dessa política já são visíveis.
“Um exemplo são os juros cobrados à pessoa física, que passaram de uma média de 36% ao ano, em 2021, para mais de 56% ao ano, em 2025.”
Embora o Banco Central alegue que segue perseguindo a meta de inflação definida pelo governo Federal, a política de juros altos não tem surtido o efeito esperado. O próprio BC estimou, em seu relatório de março, que a inflação deve fechar 2025 em 5,1%, acima do teto da meta contínua, que é de 4,5%. Ou seja: o sacrifício imposto à população sequer garante o resultado prometido.
Manter os juros em patamares abusivos apenas transfere renda dos mais pobres para os mais ricos, sacrificando o crescimento do país e o bem-estar da população.
Com informações da Contraf-CUT e Brasil de Fato
Crédito imagem Roque de Sá/Agência Senado