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Sindicato realiza reunião no Bradesco Vila Galvão para combater assédio moral e metas abusivas

A diretoria do Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Reunião esteve na Unidade Plataforma de Alto Valor do Bradesco, na Vila Galvão, na manhã desta quinta, dia 10, para promover uma reunião com os trabalhadores e trabalhadoras da instituição. A ação teve como objetivo promover a reflexão e a conscientização dos presentes sobre o assédio moral, as metas abusivas e os impactos negativos causados pela reestruturação promovida pelo banco.



Durante o bate-papo, os diretores e diretoras reforçaram a importância dos canais de denúncia oferecidos pelo Sindicato, serviço amparado pela Convenção Coletiva de Trabalho, como instrumentos fundamentais para a mediação de conflitos e abertura de negociações com o banco, sempre visando coibir práticas abusivas de gerentes e gestores.

 

“A categoria bancária passou por muitas transformações, automações e atualizações e essas questões impactaram na mudança de comportamento da categoria. Se antes, os trabalhadores se ajudavam, hoje eles se enxergam como concorrentes, o sistema de trabalho foi individualizado e isso é prejudicial, pois não enxergamos o outro”, explicou o presidente Wanderley Ramazzini.


A receptividade demonstrou a urgência do tema, muitos relataram o aumento dos casos de adoecimento mental, consequência direta do ambiente de trabalho marcado por estresse e pressão constantes. Para o Sindicato, esse tipo de escuta é essencial para manter o diálogo ativo e fortalecer a luta em defesa da saúde e dos direitos da categoria.

Marisol Alves, diretora do Coletivo de Saúde do Sindicato, destacou ainda a relevância da atualização da Norma Regulamentadora NR 1, prevista para o mês de maio. A nova versão incluirá, de forma expressa, as doenças psicossociais como enfermidades relacionadas ao trabalho, obrigando as instituições financeiras a manter profissionais qualificados para o acompanhamento de casos de assédio moral e para a avaliação dos métodos de gestão.

“A atualização da NR-01 representa um avanço importante ao reconhecer as doenças psicossociais como relacionadas ao trabalho. Isso obriga os bancos a se responsabilizarem por práticas abusivas que adoecem os trabalhadores. É fundamental que bancárias e bancários saibam identificar situações de assédio moral — como humilhações, cobranças excessivas ou isolamento — e de assédio sexual, que envolvem qualquer conduta de cunho sexual sem consentimento. Ao vivenciar ou presenciar esses casos, é essencial procurar o Sindicato e utilizar nossos canais de denúncia, que garantem sigilo e respaldo jurídico. Só com denúncia e mobilização conseguimos enfrentar esses abusos e proteger a saúde da categoria.”

Do lado de cá, o Sindicato seguirá atuando com firmeza na defesa da dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras que compõem a categoria, cobrando providências das instituições sempre que uma denúncia chegar ao conhecimento da diretoria através dos canais oficiais.

“O Bradesco está passando por uma grande turbulência há mais de um ano, tem retirado clientes de baixa renda de dentro da agência e isso está trazendo muitas consequências para a instituição, nós sentimos isso na pele ao receber a nossa PLR, a menor da categoria, e isso é fruto da gestão do banco. Mas estamos aqui para amenizar essas questões: demissões, pedidos de demissões, mudanças de posto de trabalho e o próprio assédio e pressão absurda, conte conosco, nós estamos aqui para ajudar cada um de vocês”, finalizou José Luiz Ferreira Guimarães, coordenador do Coletivo do Bradesco.

Sobre a NR01

A 10ª reunião extraordinária da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) aprovou a atualização da NR-01, incluindo pela primeira vez a identificação de riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), como assédio moral e sexual.

A NR-01 foi atualizada para reforçar um gerenciamento mais abrangente dos riscos ocupacionais, incluindo agora riscos psicossociais e ergonômicos. O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) deve contemplar todos os tipos de risco, com foco também na saúde mental. A norma incentiva a participação dos trabalhadores na identificação e solução de problemas. Além de atender à legislação, as mudanças podem melhorar o clima organizacional, reter talentos e fortalecer a reputação das empresas.

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