Caixa apresenta novo estatuto e ignora reivindicação sobre o Saúde Caixa
A direção da Caixa Econômica Federal apresentou o novo estatuto do banco público em evento realizado nesta segunda-feira, dia 6 de maio, e apesar do discurso de valorização dos empregados e da promessa de diálogo com as entidades representativas, o documento manteve uma das medidas mais criticadas pelos trabalhadores: o limitador de 6,5% da folha de pagamento para o custeio do Saúde Caixa.
Esse teto foi imposto em 2017, durante a gestão de Gilberto Occhi no governo Michel Temer, e desde então tem ampliado significativamente os custos do plano de saúde para os empregados, ativos e aposentados. A manutenção desse limite desconsidera uma reivindicação antiga e central do movimento sindical, da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) e das representações dos trabalhadores.
Segundo dados divulgados pela própria Caixa, o resultado assistencial do Saúde Caixa nos dois primeiros meses de 2024 foi negativo em R$ 154,1 milhões, o que evidencia a insustentabilidade do modelo atual. Sem o teto, seria possível garantir que o banco custeasse os 70% previstos no ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e manter o equilíbrio financeiro do plano, proporcionando mais qualidade e segurança aos usuários.
Além do tema do Saúde Caixa, o novo estatuto menciona a criação da Fundação Caixa, entidade paralela à estrutura do banco, mas ainda sem explicações claras sobre suas atribuições e impactos. A medida também levanta preocupações entre empregados e dirigentes sindicais.
Para Roberto Leite, diretor do Sindicato dos Bancários de Guarulhos e funcionário da Caixa, a manutenção do limitador de 6,5% é uma afronta aos direitos dos trabalhadores.
“Não adianta o banco falar em valorização dos empregados e seguir ignorando uma das principais reivindicações da categoria. O teto de 6,5% penaliza quem constrói a Caixa todos os dias e precisa ser revogado com urgência.”