DESTAQUEDia Internacional da Mulher TrabalhadoraMulheres

Dia Internacional da Mulher trabalhadora é data de reflexão e luta por equidade

Sempre que o Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região, através do Coletivo de Mulheres, promove ações voltadas para o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, a sua principal intenção é provocar reflexão e discutir maneiras de mudar a realidade das mulheres não apenas no mercado de trabalho, mas também na sociedade. A data, comercialmente explorada como um momento de celebração, é sobretudo, um momento de parar e pensar maneiras de organizar a luta pela igualdade de direitos, trabalho decente, igualdade de oportunidades e remuneração.

 

É óbvio que ao lembrarmos que em um passado não tão distante as mulheres precisavam de autorização do marido para uma simples viagem, levamos aquele choque de realidade e contemplamos o caminho que percorremos para chegarmos até aqui, mas esse avanço significativo dos últimos anos não pode provocar a falsa sensação de que os direitos foram equilibrados. Mulheres ainda têm uma longa estrada a percorrer quando o assunto é concorrer em pé de igualdade com os homens. 

 

Há quem diga que essa igualdade já foi conquistada, mas será mesmo? Pense na sua realidade dentro da agência e visualize a seguinte situação: um homem e uma mulher disputam uma promoção para ocupar uma única vaga, os dois são competentes e buscam se preparar para conquistar o objetivo comum, mas os dois estariam mesmo em condições de igualdade?

 

As condições parecem ser as mesmas, mas é fato que as mulheres largam um pouco atrás, já que precisam dedicar o dobro para conseguir a posição. É que depois que deixam o ambiente profissional, começa o seu segundo turno, desta vez em casa, com os filhos e o marido. 

 

Isso sem contar nas diferenças salariais, que mesmo após a lei 14.611, que trata da equidade de pagamento entre homens e mulheres, ainda são discrepantes.

 

De acordo com o relatório da transparência salarial, idealizado com base em um compilado de dados das unidades com mais empregados dos cinco maiores bancos do Brasil e divulgado em 2024, a remuneração das mulheres bancárias representa 87,8% do salário dos homens. 

 

A diferença é ainda maior quando falamos de cargos de liderança, nesses casos, a média salarial é de 79% da remuneração dos homens.

 

Será que estamos em um terreno onde a batalha acontece em pé de igualdade? 

 

A história está repleta de mulheres que dedicaram suas vidas à luta por direitos e equidade. Nomes como Clara Zetkin, que impulsionou a criação do Dia Internacional da Mulher, Rosa Luxemburgo, que enfrentou governos autoritários em busca de justiça social, e tantas outras que abriram caminhos para que hoje possamos reivindicar nossos direitos nos inspiram diariamente a seguir em frente, mas é importante saber que cada uma de nós pode fazer parte dessa lista ao lutar, dentro de suas possibilidades, para que as gerações futuras encontrem um mundo um pouco melhor para as mulheres.

 

O Dia Internacional da Mulher Trabalhadora é um lembrete de que não podemos esmorecer, tampouco retroceder, a única opção é seguir em frente, desbravando e conquistando um pouco a cada dia.

 

A luta é contínua e cada uma de nós tem um papel fundamental nessa trajetória.

 

“Ainda há muito a ser conquistado para que mulheres tenham igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho e na sociedade como um todo. A luta por equidade de gênero não é apenas um debate, mas uma necessidade urgente para garantir um futuro mais justo para todas nós.” – Sara Lee Soares, coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sindicato.

 

Nós lutamos por…

 

IGUALDADE DE DIREITOS – os avanços conquistados ao longo das últimas décadas não podem nos fazer acreditar que a equidade foi alcançada, a realidade ainda impõe barreiras para que mulheres ocupem os mesmos espaços que os homens em condições justas. Mulheres recebem, em média, 19,4% menos que os homens, estão sujeitas a trabalhos informais, precários e sub-representadas em cargos de gerência, além de dedicarem mais tempo ao trabalho doméstico. 

 

Além disso, também estão mais vulneráveis ao desemprego e ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. 

 

TRABALHO DECENTE – as mulheres seguem enfrentando jornadas duplas e, muitas vezes, triplas. A sobrecarga não se reflete apenas no cansaço físico e mental, mas também na falta de oportunidades para ascensão profissional, sem contar que muitas ainda sofrem com ambientes de trabalho hostis. Lutar por trabalho decente significa garantir condições dignas, remuneração justa e respeito para todas.

 

JUSTIÇA REPRODUTIVA – Justiça reprodutiva é um conceito que abrange a liberdade de escolha sobre o direito à parentalidade, a não parentalidade e a ambientes saudáveis e seguros para acolhimento de saúde, seja ela física ou mental. A autonomia sobre os corpos e decisões das mulheres é um direito fundamental, mas ainda há desafios na garantia de justiça reprodutiva, incluindo acesso à saúde de qualidade e políticas públicas voltadas para as mulheres. 

 

O tema também tem a ver com o mercado de trabalho e as oportunidades de ascensão, pois envolve a decisão sobre maternidade. É que muitas enfrentam a discriminação ao engravidarem e sofrem com uma licença-maternidade inadequada às necessidades e com a falta de creches acessíveis para os filhos, sobrecarga que afeta a progressão profissional por acúmulo de responsabilidades familiares.

 

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, pelo menos metade das brasileiras são demitidas até dois anos após a licença-maternidade, penalidade que raramente é aplicada aos pais. 

 

É preciso lutar por políticas de apoio à Justiça reprodutiva, como licença parental igualitária e programas para que a maternidade não seja encarada como fator que desvalorize o desempenho da mulher no mercado de trabalho, é necessário que políticas de avaliação mais justas sejam implementadas. 

 

Conscientizar os gestores sobre a importância de uma cultura de inclusão, que respeite as escolhas pessoais e familiares das mulheres também é uma saída possível, pois somente ações como essas podem reduzir as desvantagens e contribuir para um ambiente de trabalho mais justo e igualitário. 

 

Justiça Climática – Vocês sabiam que quando o assunto é mudança climática, as mulheres são proporcionalmente mais afetadas que os homens? Sim, além do risco 14 vezes maior de morrer ou se ferir em desastres naturais, elas enfrentam sobrecarga de trabalho em eventos extremos, pois tornam-se as principais responsáveis por garantir recursos para a família.

Até 2050, estima-se que 158 milhões de mulheres e meninas serão empurradas para a pobreza, e 2,36 milhões enfrentarão a fome, de acordo com a ONU Mulheres.

 

Apesar da gravidade do problema, a COP 29 teve poucas resoluções sobre gênero na justiça climática, limitando-se ao incentivo de coleta de dados. A expectativa é que a COP 30,que acontece em novembro deste ano em Belém, no Pará, avance na inclusão da desigualdade de gênero na pauta ambiental.

 

Fim da jornada 6×1 – As mulheres sempre estiveram na linha de frente da luta por direitos, e a redução da jornada sem perda salarial é uma bandeira histórica do movimento sindical. A categoria bancária reforçou essa pauta recentemente ao defender a semana de quatro dias de trabalho, evidenciando a necessidade de melhores condições laborais. A escala 6×1 é abusiva e impacta diretamente a vida das mulheres, que já enfrentam uma dupla jornada com responsabilidades dentro e fora do trabalho.

 

Acompanhar essa pauta na Câmara é essencial, pois as decisões sobre a jornada impactam diretamente a vida das trabalhadoras. 

 

O Sindicato está ao seu lado

 

Se você é vítima de discriminação em seu ambiente de trabalho, conte com o Sindicato. Denúncias de assédio moral podem ser realizadas através do site www.bancariosdeguarulhos.com.br, através do telefone (11) 2440-7888 ou pelo whatsapp (11)97643-2611.

 

Sua identidade será mantida no mais absoluto sigilo.

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