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Santander precariza trabalho bancário com terceirização irrestrita; Sindicato adere à Campanha Nacional e protesta contra  instituição

Não é de hoje que o Santander terceiriza trabalhadores para investir cada vez menos em mão de obra e lucrar cada vez mais. O banco segue na contramão de outras instituições e ampliou o seu quadro de funcionários de 47,8 mil, em 2019, para 55,6 mil, em 2023, mas a que custo? Ao custo da precarização das relações de trabalho ao contratar trabalhadores com salários mais baixos, menos direitos e sob condições mais instáveis, não garantindo a essa parcela os mesmos benefícios e proteções assegurados na Convenção Coletiva da categoria bancária.

Ciente das consequências que as atitudes do banco podem causar ao emprego bancário ao optar por trabalhadores contratados por empresas coligadas e controladas pela holding Santander com direitos inferiores e fora da CCT da categoria, o Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região esteve na manhã desta segunda, dia 14, em duas agências: uma na  avenida Capitão Gabriel, no Centro de Guarulhos; e outra unidade na avenida Paulo Faccini, no Bosque Maia; para dialogar com trabalhadores para alertá-los sobre os riscos que correm com a diminuição dos postos de trabalho. As visitas serão realizadas em várias unidades ao longo desta semana.

 

Atualmente, estima-se que 54% dos empregados estejam contratados diretamente, enquanto 46% jogam no time dos terceirizados, ou seja, trabalham como bancários, mas não usufruem das conquistas que a categoria oferece.

“A campanha veio para as ruas hoje, mas nós já estamos trabalhando esse assunto nas redes sociais há algum tempo. Precisamos bater nessa tecla, a terceirização está colocando o emprego bancário em risco e expondo também os clientes e, como sindicalistas, é nossa função vir até aqui para conversar com cada um de vocês, pois com esse novo sistema de contratação poucos serão os funcionários que terão todos os direitos garantidos, é preciso reagir”, explicou Jessé Costa, coordenador do Coletivo do Santander e funcionário da instituição.


No fim das contas, quem sai perdendo é sempre o trabalhador, porque as ações do Santander seguem impulsionando os lucros da instituição que, só em 2024, arrecadou R$13,8 bilhões, um crescimento de 47% em relação ao ano anterior.

“Não dá pra aceitar que a busca por lucro coloque o emprego bancário em risco. Se o banco não assume sua responsabilidade, nós estaremos aqui para pressioná-los e dar o nosso recado: não aceitaremos desmontes. Se trabalha como bancário, é bancário, e merece respeito”, finalizou Wanderley Ramazzini, presidente do Sindicato.

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