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Combustível tem reajuste de mais de 12% em uma semana e FUP culpa Parente por greve dos caminhoneiros

Após ter reajustado os preços da gasolina e do diesel quatro vezes consecutivas na última semana, a gestão golpista da Petrobrás anunciou um novo aumento dos preços dos derivados nas refinarias. Os valores subirão quase 1% nesta terça-feira, 22, colocando mais combustível na greve dos caminhoneiros, que protestam em todo o país contra os altos preços do diesel, que só neste mês de maio, já aumentou 12,3%.

 

Os combustíveis impactam diretamente no valor dos transportes públicos e dos fretes rodoviários, que, por sua vez, refletem nos preços dos alimentos e dos produtos industrializados. Por isso, a redução dos preços dos derivados de petróleo é um dos eixos da greve que os petroleiros aprovaram para barrar o desmonte do Sistema Petrobrás. A retomada da produção das refinarias e o fim das importações de combustíveis estão também na pauta principal do movimento.

 

Política de preços de Parente atende ao mercado

 

Colocado por Michel Temer no comando da Petrobrás, Pedro Parente alterou a política de preços das refinarias, em outubro de 2016, quatro meses após ser empossado. Por sua orientação, a estatal passou praticar a paridade com o mercado internacional, aumentando os preços de acordo com a variação do barril de petróleo, sem estabelecer qualquer mecanismo de proteção para o consumidor.

 

O fato foi duramente criticado pela FUP, que desde então, vem denunciando as ações de Temer e Parente contra a Petrobrás, que está sendo privatizada a toque de caixa e gerida, única e exclusivamente, para atender aos interesses privados.

 

Além de aumentar diariamente os preços dos derivados, Pedro Parente reduziu a carga das refinarias, que estão operando com 75% da capacidade em vários estados do País. Quem ganha com isso são as importadoras de combustíveis. Em 2017, foram importados mais de 200 milhões de barris de derivados de petróleo, número recorde da série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

 

“As importadoras de derivados aproveitaram a redução de carga das refinarias da Petrobrás para entrar no mercado de derivados brasileiro. Nosso país é o 7º maior consumidor de derivados do mundo. A Petrobrás abriu mão de ofertar derivados ao país e passamos, assim, a depender, em grande medida, das importações de derivados de outros países, principalmente dos EUA”, alerta o economista Cloviomar Cararine, técnico do Dieese e assessor da FUP.

 

Privatização das refinarias deixará o Brasil mais vulnerável

 

O quadro vai piorar ainda mais com a privatização das refinarias e dos dutos e terminais da Transpetro, que foram colocados à venda pela gestão de Pedro Parente. “Se o refino e o transporte de derivados passarem para a iniciativa privada, o governo brasileiro perde a possibilidade de controlar o preço do combustível que chega nas bombas dos postos. Com o refino nas mãos das empresas privadas findam-se as possibilidades de garantir desenvolvimento nacional e preços baixos aos consumidores, já que a lógica deixa de ser o bem estar social e passa a ser a do mercado”, explica Juliane Furno, doutoranda em Desenvolvimento Econômico na Unicamp.

 

Nos anos 90, o povo brasileiro sofreu as consequências dos aumentos desenfreados dos derivados, quando a gasolina brasileira chegou a ser cotada entre as 20 mais caras do mundo. Entre 1995 e 2002, o preço do combustível sofreu reajustes de 350%, uma média de 44% ao ano. De 2003 a 2015, o reajuste foi de 45%, uma média de 3.75% ao ano.

 

“Nos governos Lula e Dilma, as nossas refinarias estavam a plena carga, com condições de suprir o mercado interno e praticar preços acessíveis à população. Agora, por uma decisão do governo, a Petrobrás reduziu drasticamente a carga processada em nossas refinarias e o país aumentou a importação”, denuncia o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel.

 

“Da forma como está, se a OPEP resolver fechar as torneiras amanhã, os consumidores brasileiros vão pagar o preço e não saberão disso”, alerta. “Essa política de Temer e Parente deixará o Brasil de novo completamente vulnerável a qualquer problema internacional e quem continuará pagando a conta é o povo brasileiro”, afirma.

 

Informações CUT/SP

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