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Olhar Cidadão desta terça, 31, recebe Justino Pereira para falar sobre a exposição “3x Arte”

A arte é o tema central do programa Olhar Cidadão desta terça, 31. Wanderley Ramazzini entrevista Justino Pereira para um bate-papo animado sobre a exposição “3X Arte – Arte na Vida, Vida na Arte”.

Com apresentação semanal, sempre às 20h30, e transmissão ao vivo no Facebook do ex-prefeito Elói Pietá e também do Sindicato, além daTV Guarulhos canal 3 NET e 508 Vivo, neste último caso às 21h.

 

 

Toda terça-feira um convidado especial baterá um papo com Ramazzini sobre temas que interessem não somente à categoria bancária, mas a toda sociedade.

 

Perdeu a transmissão ao vivo? Acompanhe a entrevista, clique aqui

 

O desejo de compartilhar suas criações artísticas e mostrar um lado pouco conhecido por aqueles que os rodeiam foi a força motriz para reunir três amigos em torno de um objetivo comum, foi assim que nasceu a ideia para a exposição “3X Arte – Arte na Vida, Vida na Arte” que exporá obras de Justino Pereira, Eder Shell e Plínio Soares a partir do dia 27 de outubro, na Sede do Sindicato d@s Bancári@s de Guarulhos e Região, às 19h.

 

Em sua segunda edição, a equipe do Alternativa Bang recebeu Justino e Shell para um bate-papo descontraído sobre a apresentação de seus trabalhos, inspirações e o encontro rendeu, inclusive, uma belíssima aula sobre história da arte para quem o acompanhou.  

 

Início da caminhada

 

Justino e Shell são ex-bancários do antigo Banespa e participaram ativamente da criação do Sindicato d@s Bancári@s de Guarulhos e Região, no final dos anos 80, e relembram da caminhada de lutas, grandes greves e da rotina nos corredores da agência com brilho nos olhos. Citam as paralisações de 1985 e 1987 como essenciais para que a caminhada em busca de direitos alcançasse resultados positivos, mas citam a de 87 como a grande virada de chave. “A inflação naquela época era tão alta que o banco nos emprestava um salário para descontar em 12 parcelas, mas depois do terceiro mês já não devíamos mais nada”, contou Shell sobre a economia do país naquela época.

 

Enquanto os demais bancos pararam por três dias, bancári@s do Banespa estenderam as paralisações por 10, o que impactou negativamente os negócios da instituição com a debandada de clientes para outros bancos. “Chegamos a um impasse: a greve era forte para continuar, mas fraca para conquistar coisas. Para nos pressionar, o Quércia (então governador do Estado) demitiu 700 trabalhador@s e em Guarulhos nós fomos os escolhidos, mas a greve continuou e, no final, a nossa conquista foi a reintegração”, lembrou Justino. 

 

Atuavam na Associação d@s Bancári@s de Guarulhos como militantes e contribuíram na reunião dos primeiros integrantes da diretoria do que hoje é o Sindicato d@s Bancári@s, a dupla começou aí o seu trabalho na Comunicação, seguiram depois para trabalhar com o então deputado Estadual Elói Pietá e, consequentemente, no Partido dos Trabalhador@s, o horário de trabalho ajudava, no início dos anos 90 era possível entrar no banco às 7h e sair às 13h, tinham a flexibilidade que precisavam para dedicar-se com excelência em tudo o que faziam, até que em 1994 decidiram deixar o Banespa. Primeiro Justino, que formou-se jornalista e mestre em marketing político, e meses depois Shell, que concluiu a faculdade de Publicidade e especializou-se em gestão de marketing. “Logo depois que saí, lançaram o PDV, então perdi todos os meus direitos”, diverte-se Justino, que completa. “Gostava do banco, da rotina, mas sair do sistema financeiro foi um caminho natural, eu precisava segui-lo”, completou.

 

Meses após deixarem o Banespa, Mário Covas venceu as eleições para o governo do Estado e no início de 1995 privatizou a instituição. 

 

Arte latente

 

A dupla de amigos percorreu a caminhada alimentada por duas paixões: a comunicação e a arte. Com o passar dos anos, a necessidade de criar e se especializar cresceu a tal ponto que foi preciso expandir a linha do horizonte.

 

Em 2016, Justino iniciou um curso com o pintor Paulo Frade, um dos melhores pintores realistas do Brasil, que durou quatro anos. Depois, encarou mais dois anos de estudos com Paulo Pasta, no Instituto Tomie Ohtake, e também viajou para Nova Iorque para uma oficina na liga dos estudantes. “Sempre fui ávido por arte e busquei conhecimento”, comentou.

 

As primeiras lembranças que vem à cabeça de Shell quando o assunto é pintura são o pai e o avô. “Eles eram pintores bem esforçados”, diverte-se. Não havia material de qualidade para trabalhar, mas eles davam um jeito: pegavam alguns lençóis para usar como telas e usavam tinta suvinil para pintar, era arte por prazer, para expressar o que sentiam e como sentiam, aquilo marcou o publicitário e os estudos na área começaram quando ainda era criança, por volta dos 10 anos de idade.

 

Durante o desenvolvimento de sua vida profissional, a paixão pelas tintas ficou guardada, mas assim que se aposentou decidiu que era hora de se dedicar. Atualmente, pinta quadros e segue três linhas: retratos, que geralmente são encomendas; autoral, que é onde expressa seus sentimentos e instiga a reflexão de seu público; e brasileiros, onde usa das tintas para reproduzir situações e personalidades, uma forma de colocar na tela a sua interpretação do mundo.



É possível viver de arte?

 

Quando questionados se é possível viver de arte no Brasil, a resposta foi positiva. Sim, é possível viver (ou sobreviver) do trabalho artístico no país, mas classificaram quem se dedica à atividade em três tipos de artista. 

 

O primeiro é o que está no topo da pirâmide, tem galeria, tem público e seu trabalho virou produto que vende. Grandes empresários costumam comprar essas telas/esculturas e etc pensando na valorização das peças, tratam o material como investimento e, na grande maioria das vezes, têm retorno. 

 

Na segunda classificação vêm os artistas que fazem arte para tentar viver e eles se viram em mil: produzem, ministram aulas, inclusive online, vendem cursos para curiosos, iniciantes e também outros artistas. Trabalha por mil, mas consegue tirar dali o seu sustento.

 

E na terceira estão aqueles que fazem arte por amor, porque gostam e têm a possibilidade de levar como algo paralelo ou que se dedicam após uma pausa, como a aposentadoria.  

 

“Nunca foi fácil viver de arte, é preciso construir sua imagem e credibilidade. Se nós pegarmos Da Vinci como exemplo, o cara era um pedreiro de luxo, ele tinha uma equipe que trabalhava para ele, era uma obra coletiva. Ele fazia um ajuste aqui e outro ali, mas era ele quem assinava. Mérito dele”, explicou Shell.

 

Exposição 3x Arte – Arte na Vida, Vida na Arte

 

A ideia para reunir os amigos partiu de Justino, ele queria que as pessoas o vissem além do trabalho que desenvolve com comunicação e política e por sentir falta de mostras e exposições na cidade de Guarulhos. “A cidade é muito rica, artisticamente falando, e falta um polo de reunião dos artistas, por isso eles acabam migrando para São Paulo e outras regiões”, lamentou o artista que desde 2018 participa de exposições na Capital.

 

Reuniu-se com Shell e logo pensaram no arquiteto Plínio Soares para completar o trio, o seu olhar de arquiteto e seus retratos realistas acrescentariam muito para a exposição e os esforços deram certo, nascendo assim o projeto para a mostra que tomou forma e terá sua estreia na Sede do Sindicato. 

 

As obras que serão expostas foram escolhidas a dedo pelos próprios artistas e todas estarão à venda.

 

Justino trabalha com séries e levará entre três e quatro obras de cada, além de apresentar esculturas e um vídeo. Uma das pinturas expostas traz consigo uma história, o jornalista sonhou com o trabalho seis anos antes de, enfim, concretizá-lo. “Eu sonhei com o quadro, passei anos aprendendo técnicas de pintura e estudando bastante para então finalizá-lo em 15 dias”, contou mostrando o local de destaque que escolheu para mostrá-lo ao público.

 

Shell acumula mais de 60 quadros pintados nos últimos anos e teve a difícil tarefa de escolher 20 para a exposição. Foi sincero, disse que escolheu de acordo com seu gosto pessoal e que alguns têm forte crítica social. “Faço um layout no computador e depois parto para a prática com as tintas. Algumas obras faço em 10 dias, outras em três meses, o tempo de execução depende de muitas variáveis, por isso me reservei o direito de escolher pelo valor sentimental”, concluiu.

 

A abertura da exposição contará também com um pocket show de Ari Baltazar e Zinho Byl, não perca!

 

Serviço

 

Exposição 3x Arte – Arte na Vida, Vida na Arte

Estreia: 27 de outubro, às 19h

Sede do Sindicato d@s Bancári@s de Guarulhos e Região

Rua Paulo Lenk, 128 – Centro de Guarulhos



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