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Agências da Caixa superlotadas: falta de estrutura do governo prejudica imagem da Caixa e expõe empregados

Às vésperas da eleição, novamente sem planejamento, a direção da Caixa decidiu oferecer à população carente um empréstimo consignado. O desespero do governo em implementar o programa, mesmo com a confessada falta de estrutura para concessão de benefício, tem gerado filas, superlotação, demora no atendimento e, por consequência, tumultos, xingamentos, ameaça de agressões aos empregados do banco público.

As entidades que representam os trabalhadores cobram, da direção da Caixa, o escalonamento da concessão, com criação de calendário, a fim de evitar o caos nas agências. Mas pouco ou nada foi feito, já que estamos a poucos dias do segundo turno das eleições. Após cobranças, algumas metas foram reduzidas, mas isso não ameniza a situação desesperadora dos empregados nas agências.

O Ministério Público pediu a suspensão cautelar dos empréstimos consignados vinculados a beneficiários do Auxílio Brasil concedidos pela Caixa, alegando desvio de finalidade e uso “meramente eleitoral”. Foi solicitada a interrupção das concessões até que a corte de contas se manifeste definitivamente sobre o assunto, mas até agora nada mudou.
A informação obtida é que o sistema disponibilizado pelo governo tem capacidade para processar 25 pedidos por segundo. Porém, apenas a Caixa encaminha mais de 600 solicitações por segundo, evidenciando que o programa foi lançado mesmo longe de estar pronto. “Mais uma vez, a população mais carente e os empregados da Caixa sofrem com decisões da Caixa e do governo. Se não há condições de atender todos decentemente, o programa não poderia ser lançado de maneira nenhuma”, diz o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

Endividamento – O empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil está sendo oferecido pela Caixa e por uma dezena de bancos e financeiras. Os maiores bancos privados preferiram ficar fora do programa, sob o argumento de alto “risco reputacional”, uma expressão elegante para dizer que preferiam não dar margem a acusações de exploração de vulneráveis.

Na Caixa, o financiamento pode ser de até 24 meses, com prestação mensal limitada a R$ 160, que corresponde a 40% do Auxílio básico de R$ 400. A taxa de juros é de 3,45% mensais, próximo do limite de 3,5% fixado pelo governo. Nessas condições, a taxa de juros anual chega a 50%. É taxa elevada, muito acima das cobradas em outros consignados. Para servidores públicos, os juros mensais são, em média, de 1,6%, enquanto aposentados e pensionistas do INSS pagam taxas de 1,85%. Consignado para o setor privado sai a 2,6% de juros mensais.

 

Fonte Apcef/Sp

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