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Empregados convivem com epidemia de doenças mentais na Caixa por conta do assédio e pressão

Um levantamento feito recentemente pela Fenae, que apurou a quantidade de afastamentos dos empregados da Caixa nos últimos 12 anos e seus motivos, demonstra que os empregados vêm sofrendo uma verdadeira epidemia de doenças mentais e comportamentais. A causa? As metas abusivas, pressão por seu cumprimento, a prática de assédio e as más condições de trabalho.

 

 

Apenas entre 2019 a 2022, houve crescimento de 18,28% de afastamentos por acidente de trabalho na Caixa. Destes afastamentos, em 2022, 75,4% foram por doenças mentais, índice superior à média da categoria bancária (57,1%) e muito superior à média na sociedade em geral (6,7%).

 

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Somando afastamento por acidente de trabalho e tratamento de saúde, houve 3.703 casos notificados em 2022. Os dados são preocupantes, mas não refletem o quão grave é a situação: como esses são dados de afastamentos e licenças concedidas pelo INSS, os números excluem as licenças inferiores a 15 dias, além de excluir o absenteísmo (quando o empregado tem atestado mas não o apresenta à empresa, por medo de eventuais represálias), além das situações em que o empregado, mesmo doente, sequer busca ajuda.

 

O aumento dos casos de licenças por acidente de trabalho ligados a doenças mentais durante as últimas gestões foi avassalador. Entre 2015 e 2022, o percentual saltou de 45,4% para 75,4%, crescimento de 66,08%.

 

Para os afastamentos previdenciários, o índice de casos ligados a doenças mentais e comportamentais saiu de 24,31% em 2015 para 36,56% em 2022, aumento de 50,39% no período.

 

“Não podemos nos esquecer de que se não se trata de números e, sim, de pessoas: 1.557 afastamentos por doenças mentais em 2022 que estão relacionados à piora nas condições de trabalho na Caixa, afetando não apenas os empregados, mas, também suas famílias e colegas das unidades. A situação também tem reflexos no Saúde Caixa, já que o custo destes tratamentos impacta o custeio do plano, que é compartilhado conosco. A Caixa precisa assumir suas responsabilidades, rever seus modelos e passar a ter, de fato, uma política de pessoal, algo que não existe há muito tempo. Os empregados não podem mais esperar”, avaliou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

Empregad@s da Caixa fazem abaixo-assinado por novo estatuto

Bancári@s da Caixa organizaram um abaixo-assinado para exigir que a diretoria do banco público elabore um novo estatuto para a instituição, mais democrático e sem travas para a livre negociação, como as que limitam os debates sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a promoção por mérito e o teto de 6,5% da folha para o custeio do Saúde Caixa.

 

O estatuto vigente, aprovado durante a gestão anterior, reflete a visão que o governo Bolsonaro tinha para a empresa e foi elaborado para restringir a negociação coletiva, retirar direitos dos trabalhadores, limitar a democracia dentro da empresa e facilitar seu fatiamento e venda de ativos.

 

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