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Sindicato apoia greve dos eletricitários contra a entrega das empresas estatais de energia à ganância internacional

Eletricitários de todo o Brasil estão de braços cruzados em greve de 72 horas, a partir da segunda-feira 11. A categoria luta pela derrubada de projetos que tramitam pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, com o objetivo de privatização as empresas do setor. O PPI (Programa de Parceria do Investimento) do governo golpista de Michel Temer (MDB-SP) prevê a privatização da Eletrobras e outras estatais que lideram a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no país. No Congresso Nacional, uma medida provisória (814/17) e um projeto de lei (PL 9463/18), preveem a venda da Eletrobras a grupos estrangeiros.
Os trabalhadores também estão parados contra um projeto de portabilidade da conta de energia, que, segundo eles, traria consequências desastrosas para as distribuidoras. Diante desse cenário, reivindicam, ainda, a saída imediata do presidente da Eletrobras, Wilson Pinto Ferreira Júnior, símbolo do processo de privatização e de destruição da estatal.
A Contraf-CUT manifesta total apoio à mobilização da categoria. “Essa foi uma das resoluções aprovadas por delegadas e delegados reunidos na 20ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada de 8 a 10 de junho, em São Paulo”, relata Juvandia Moreira, presidenta da entidade.
“Privatizar a Eletrobras significará deixar em mãos estrangeiras um setor estratégico para a economia brasileira. Além disso, acarretará aumento das tarifas para o consumidor”, afirma Juvandia, lembrando a era do governo também neoliberal de FHC, que vendeu parte do setor elétrico a partir de 1995. “Entre aquele ano e até 2015, as tarifas subiram 751,7% para uma inflação de 342% (IPCA). Além disso, houve piora das condições de trabalho e dos serviços prestados. Em 2001, o Brasil enfrentou o pior apagão de sua história.”
Por isso, reforça a dirigente, essa é uma luta de todos os trabalhadores. “Estamos num momento crucial para a classe trabalhadora. Ou varremos do mapa todos esses golpistas que querem entregar de mão beijada o Brasil aos investidores estrangeiros, ou voltarem ao fundo do poço, como uma nação desigual na qual só os ricos se dão bem e os trabalhadores penam pelo pão de cada dia. Os bancários caminharão juntos com todos as categorias que estiverem nessa luta pela soberania nacional”, completa a presidenta da Contraf-CUT.

 

Balanço da Eletrobras é positivo

O último balanço da Eletrobras indica que o sistema de geração elétrica cresceu 7% e as receitas de geração aumentaram em 13,4%. A empresa também comemorou a conclusão com dois meses de antecedência da maior linha de transmissão da América Latina com 2092 km de extensão, além do alcance de 95% da capacidade instalada de energia limpa.
As usinas da Eletrobras vendem a energia elétrica mais barata do Brasil, porque conseguem produzir eletricidade de forma eficiente com custos baixíssimos e 87% de sua produção é à base de água. Enquanto a população paga em média R$0,68 por KWh, as grandes empresas pagam R$ 0,07 por KWh.
Com a privatização, a agência reguladora (Aneel) já reconheceu que esses preços serão revisados e aumentados pelo menos 30% em contratos que tendem a 30 anos de duração.
Está marcado para a terça-feira 12, às 11h, em Brasília, um encontro dos eletricitários com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para discutir o processo de privatização da Eletrobras.

 

Fonte: Contraf-CUT com informações da CUT e da Rede Brasil Atual

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