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Santander exalta diversidade racial, mas dados mostram o contrário

A data rende visibilidade e publicidade positiva, por isso o Santander aproveitou o 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – o para divulgar um comunicado interno, via e-mail, por meio do qual enumera algumas ações afirmativas que “fortalecem nossa visão de diversidade para as pessoas pretas e pardas”.

 

O belo texto é assinado por Ede Ilson Viani, um homem branco. Viani é “sponsor” (promovedor) do tema diversidade racial no Santander, de acordo com o comunicado. Segundo o site do Santander, ele é vice-presidente executivo, responsável por Tecnologia & Operações e membro do Conselho de Administração do banco espanhol.

 

Um dos poucos dados citados no comunicado afirma que 35,4% dos profissionais do Santander são negros (pretos e pardos), uma evolução de seis pontos percentuais – o texto não informa o período da evolução.

 

“Basta visitar as agências do Santander para constatar que a realidade não bate com os dados divulgados. Onde estão esses negros? Que cargos eles ocupam no banco? Queremos que o banco retome as mesas de negociação específicas sobre diversidade, precisamos discutir esses assuntos e receber respostas”, pontua Adailton Patrício, secretário de Saúde e coordenador do Coletivo de Diversidade Racial do Sindicato.

 

Pouca diversidade no Santander

Para se ter uma ideia, no Santander, as pessoas de pele branca compõem 100% do conselho de administração e 96% da diretoria. Apenas 2% dos diretores são pardos. Os outros 2% são amarelos ou indígenas. Não há nenhum preto nem no conselho de administração e nem na diretoria. Os dados são do Formulário de Referência 2023, referente ao exercício de 2022.

 

Ainda de acordo com o Formulário de Referência 2023 do Santander, os brancos compõem 85,7% dos 1.291 cargos de liderança, os pretos 1,7% e os pardos 7,3%.

 

Dados divulgados durante o VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado no início de novembro em Porto Alegre, de um total de aproximadamente 450 mil trabalhadores e trabalhadoras bancários, os negros ocupavam apenas 110 mil vagas. Em 2021, pretos e pardos representavam 20,3% da totalidade das ocupações relacionadas aos cargos de liderança na categoria bancária, enquanto que os brancos representavam 75,5% destes cargos.

 

A situação dos jovens negros no sistema financeiro também preocupa. A juventude com até 29 anos, representava apenas 17,8% em sua totalidade. Dentre estes, apenas 31,6% eram negros e em maior número entre 18 e 24 anos.

 

 

 

Fonte Seeb SP

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